MINUTO LEITURA: O Senhor das Moscas
Durante uma evacuação em momento de guerra, um grupo de garotos entre os cinco e 14 anos sofre um acidente de avião e acabam isolados em uma ilha deserta. Sem contar com quase nenhum tipo de material, os jovens precisam sobreviver contando apenas com suas habilidades enquanto tomam decisões a respeito de como se organizar nessa “nova vida”. Essa é a história de “O senhor das moscas”, escrito pelo inglês William Golding em 1954 e foi, também, um dos principais motivos de o autor ter sido agraciado pelo prêmio Nobel de Literatura em 1983.
Com uma escrita direta, esse primeiro romance de William Golding nos apresenta a um cenário de extremos, ficando de um lado a beleza de uma ilha paradisíaca intocada pelo ser humano e, do outro, o terror de ter um grupo de garotos perdendo gradativamente a inocência na medida em que os acontecimentos forçam tomadas de decisões e discordâncias sobre como devem agir ou quais suas prioridades no momento. O autor brinca com um tema aventuresco para mostrar como os conflitos surgem das diferenças e podem acabam causando consequências desastrosas pela falta de reflexão.
É como se, mesmo no paraíso, a falta de uma ordem social maior e atuante fosse levando a vaidade e o egoísmo dos homens a gradativamente abandonar as antigas noções de civilidade, dando lugar à selvageria. Apesar do enredo forte, com ponderações sobre a vida em comunidade, a narrativa deixa para o leitor a missão de pensar sobre os motivos que nos tornam civilizados e o que aconteceria caso essas amarras sociais fossem rompidas. Essa é uma leitura curta, porém, de uma profundidade e delicadeza impressionantes, que merece ser feita mais de uma vez.
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